Direito do consumidor

Bitcoins e criptomoedas: o que fazer em caso de fraude?

Entenda a responsabilidade das corretoras de criptomoedas e saiba como se proteger de golpes e fraudes.

Amanda Vazques

6 min de leitura

As criptomoedas, como o Bitcoin, revolucionaram o mercado financeiro ao oferecer uma alternativa descentralizada e independente de governos e instituições bancárias. No entanto, a falta de regulamentação também as torna vulneráveis a fraudes e roubos virtuais.

Neste artigo, explicamos a responsabilidade das corretoras de criptomoedas e o que fazer para proteger seus ativos digitais.

O que são criptomoedas e Bitcoin?

Criptomoedas são moedas digitais criadas por programadores e utilizadas como meio de pagamento. Diferente das moedas tradicionais, elas não são emitidas ou regulamentadas por governos ou bancos centrais, garantindo maior autonomia aos usuários.

O Bitcoin é a primeira e mais conhecida criptomoeda, mas existem diversas outras no mercado, como Ethereum, Litecoin e Ripple.

O papel das corretoras de criptomoedas

As corretoras de criptomoedas, também chamadas de exchanges, atuam como intermediárias na compra e venda de ativos digitais. Elas funcionam de maneira semelhante às bolsas de valores, permitindo a negociação entre investidores.

Como ocorrem os roubos e furtos de criptomoedas?

Hackers utilizam diversas estratégias para invadir contas e roubar criptomoedas. Os golpes mais comuns incluem:

  • Phishing: hackers criam páginas falsas para enganar usuários e obter senhas e dados de acesso.

  • Trocas centralizadas: as corretoras armazenam ativos em hot wallets (carteiras digitais conectadas à internet), tornando-as vulneráveis a ataques.

  • Golpes com aplicativos DeFi falsos: criminosos criam plataformas fraudulentas para enganar investidores e desviar fundos.

Qual a responsabilidade das corretoras no caso de roubo de criptomoedas?

O entendimento jurídico no Brasil equipara a responsabilidade das corretoras à dos bancos e instituições financeiras. O Código de Defesa do Consumidor se aplica às relações entre clientes e corretoras, tornando sua responsabilidade objetiva em casos de fraudes e saques indevidos.

A Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabelece que:

“As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.”

Além dos prejuízos financeiros, falhas na segurança das corretoras podem gerar danos morais, resultando em indenizações para os clientes afetados.

O que alegam as corretoras em sua defesa?

Muitas corretoras tentam se eximir da responsabilidade alegando que:

  • São apenas intermediárias e não controlam diretamente os ativos dos clientes.

  • Possuem criptografia e mecanismos de segurança para evitar fraudes.

  • Não podem impedir o acesso de clientes a partir de IPs diferentes.

  • Os dados do cliente foram vazados por culpa própria.

No entanto, a Justiça tem decidido que falhas de segurança que resultam em prejuízos aos clientes devem ser responsabilidade das corretoras.

Como se proteger do roubo de Bitcoins e outras criptomoedas?

Para reduzir o risco de golpes e invasões, siga estas recomendações:

  • Ative a autenticação dupla (2FA) para maior segurança.

  • Evite acessar carteiras digitais em redes públicas ou dispositivos móveis.

  • Nunca compartilhe informações de acesso com terceiros.

  • Faça backups regulares de suas carteiras digitais.

  • Mantenha seu software atualizado para corrigir possíveis vulnerabilidades.

O que fazer se suas criptomoedas forem roubadas dentro da plataforma da corretora?

Se você foi vítima de um golpe, siga estes passos imediatamente:

  1. Reúna os comprovantes de depósito, compra e do saque indevido.

  2. Reporte o roubo para a corretora e exija uma resposta oficial.

  3. Registre um boletim de ocorrência na delegacia ou online.

  4. Faça uma reclamação em canais de defesa do consumidor, como Reclame Aqui e Consumidor.gov.br.

Quanto tempo demora um processo de fraude?

Os processos judiciais contra corretoras de criptomoedas costumam levar de 12 a 36 meses, mas esse prazo pode variar dependendo do tribunal e da complexidade do caso.

Como fazer uma reclamação formal?

Além de entrar com ação judicial, o consumidor pode:

  • Registrar um boletim de ocorrência.

  • Registrar reclamações nos canais oficiais da corretora, Reclame Aqui e Consumidor.gov.br.

  • Buscar orientação jurídica especializada para aumentar as chances de obter uma indenização.

Documentos necessários para uma ação judicial

Para processar a corretora e exigir reembolso ou indenização, reúna:

  • Resumo do ocorrido detalhando o golpe ou fraude sofrida.

  • Documentos pessoais (RG, CPF, comprovante de residência).

  • Comprovantes de transações bancárias ligadas à corretora.

  • Trocas de e-mails e mensagens com a corretora.

  • Boletim de ocorrência.

  • Prints ou cópias de conversas em WhatsApp e outros canais.

Se você foi vítima de fraude com criptomoedas, buscar a assessoria de um advogado especializado pode ser essencial para recuperar seus prejuízos.

O Amanda Vazques Escritório de Advocacia está pronto para esclarecer suas dúvidas e proteger seus direitos

Design & Developed with ❤️ & 🦾 by Victor Pacheco

Design & Developed with ❤️ & 🦾 by Victor Pacheco

Design & Developed with ❤️ & 🦾 by Victor Pacheco